Uma das principais preocupações de todo empreendedor envolve diretamente os custos. Afinal, para movimentar o negócio, o capital de giro é fundamental e, para aliviar o fluxo de caixa, é preciso manter sob controle todas as despesas e todos os gastos — que são de diferentes naturezas, vale dizer. No agronegócio, por exemplo, um aspecto relevante diz respeito ao custo de produção agrícola.

Como é aplicável a qualquer empresa, independentemente do nicho, também é indispensável manter uma boa gestão financeira nessa área, concorda? Então, pensando nisso, neste post, o nosso intuito é abordar a importância do custo de produção agrícola. Continue a leitura e domine o tema!

O que é o custo de produção agrícola?

O custo de produção é um conceito econômico aplicável a maior parte dos negócios. As pequenas margens de lucratividade e os riscos elevados que as atividades envolvem exigem que os empreendedores compreendam os gastos e as receitas referentes à sua propriedade. É aí que entra o custo de produção!

A ideia é representada pelo custo médio de produção de uma unidade de commodity. Como exemplo, podemos considerar que cada saca de milho de 50 kg custa R$ 30.

Por que saber calcular o custo de produção agrícola?

Não importa se o agronegócio é de grande, médio ou pequeno porte — de todo modo, é fundamental calcular os custos na atividade rural. Afinal, o resultado do cálculo permite compreender os lucros efetivos alcançados.

Assim, o produtor rural poderá identificar se é realmente conveniente investir em outra cultura, por exemplo. Ou seja, a relevância do cálculo está ligada à sua influência sobre a tomada de decisões.

Diante disso, o custo de produção agrícola passa a ser visto como um aliado poderoso, que possibilita que o gestor mantenha uma visualização abrangente do empreendimento. Até porque, embora muitos empreendedores o façam, não basta apenas analisar o crescimento da produção.

Como fazer o cálculo?

O custo de produção agrícola é calculado levando em conta os gastos relacionados às atividades agrícolas e fazendo a divisão desse resultado pelo rendimento gerado.

Ainda que, aparentemente, seja um cálculo simples, os custos fixos na atividade rural envolvem categorias diferentes de gastos. Portanto, é possível que haja alguma confusão — principalmente se a gestão financeira não for conduzida com eficácia.

Para gerir os recursos financeiros de um agronegócio, é necessário coletar e analisar uma gama de informações. Aliás, os custos variam de empreendimento para empreendimento; de cultura para cultura. Daí a necessidade de conhecer bem a própria fazenda, concorda?

Compreenda os custos de produção

Para calcular com precisão o custo de produção agrícola, é imperativo considerar as diferentes categorias de despesas. Existem custos fixos e variáveis na agricultura. Vamos explorar cada um desses conceitos, bem como o de custo médio de produção. Veja!

Custos fixos

Os custos fixos na agricultura são representados por aqueles que não sofrem variação com a produção, como o volume de vendas, os salários, a depreciação, o custeio do seguro, o pagamento do aluguel e dos impostos etc. Inclusive, os custos fixos integram a estrutura do agronegócio.

Portanto, estamos falando de elementos relevantes para tomar decisões em médio e em longo prazo acerca de eventuais investimentos.

Custos variáveis

Os custos variáveis, como o nome indica, são os gastos que variam conforme a produção do negócio. Nesse caso, podemos citar as despesas com o combustível, com os reparos, com a aquisição de insumos e de fertilizantes e outros.

Ou seja, são custos que exercem influência nas decisões de curto prazo, principalmente em tudo que se refere à próxima lavoura. Ao somar os custos fixos e variáveis na agricultura, o empreendedor encontrará os custos totais da produção.

Custo médio de produção

O custo médio de produção se refere ao valor de cada unidade produzida. Para chegar a esse número, o empreendedor pode somar o valor da média dos custos fixos e variáveis na agricultura.

Saiba o que levar em conta no cálculo do custo de produção agrícola

A seguir, vamos apresentar os tipos de custos mais relevantes e que servem como base de cálculo, mostrando também como as informações devem ser aplicadas. Confira!

Mão de obra

O empreendedor deve considerar o salário de todos os trabalhadores. Contudo, para calcular o custo, não se deve levar em conta apenas os salários, mas todo o valor referente ao pagamento da mão de obra. Nesse sentido, estão inclusos também os encargos sociais e trabalhistas, bem como os benefícios.

Sementes

Para manter um melhor controle, é preciso separar os custos das sementes simples das cultivares. Assim, o produtor rural conseguirá identificar que, nas partes A e B da propriedade, por exemplo, o custo de produção foi mais alto ou mais baixo porque foram utilizados determinados cultivares (sementes mais resistentes a herbicidas e a pragas).

Após a colheita, o empreendedor também poderá avaliar se os gastos com as sementes realmente valeram a pena.

Fertilizantes e defensivos

Quando há um planejamento eficiente, o produtor rural pode definir a quantidade de defensivos e de fertilizantes que será utilizada por hectare e o custo dessa operação. O controle também impede que faltem ou que restem muitos defensivos e/ou muitos fertilizantes no estoque.

Máquinas

Considerando os gastos com maquinários, é necessário analisar os insumos (peças, óleos etc.), o combustível e a manutenção. Dessa maneira, é possível identificar quais são os itens que mais influenciam os gastos com as máquinas.

Nesse contexto, considere, por exemplo, que, se existem gastos excessivos com a manutenção, é possível que os equipamentos não estejam sendo utilizados adequadamente ou até que alguma máquina precise ser substituída.

Outros custos de produção

Há também outros custos de produção agrícola, como frete, água, energia elétrica, encargos, despesas administrativas etc., que devem ser calculados durante o seu uso e de forma proporcional. Aliás, vale a pena conhecer o histórico do preço dos insumos.

Veja como fazer o cálculo do custo de produção agrícola

Resumidamente, é preciso somar o preço da mão de obra, da matéria-prima e dos custos indiretos de produção. Há três tipos de gastos agrícolas que podem ser calculados:

• o Custo Operacional Efetivo (COE);
• o Custo Operacional Total (COT);
• o Custo Total (CT).

COE

O COE abrange os recursos variáveis e/ou os custos diretos com dinheiro em espécie. Dessa forma, podemos considerar:

• fertilizantes;
• sementes;
• máquinas;
• defensivos;
• mão de obra;
• transporte;
• serviços terceirizados;
• comercialização agrícola;
• tributos;
• despesas financeiras;
• investimento em Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para a secagem de grãos e sementes ou para aviários etc.

COT

O COT envolve a soma do COE aos gastos indiretos, que incluem a depreciação das máquinas, as benfeitorias, os implementos e as taxas relacionadas ao processo produtivo. O cálculo, então, revela a possibilidade de repor a capacidade de produção em longo prazo e indica também a remuneração do responsável pela gestão do trabalho.

CT

O CT representa a soma do COT ao custo de oportunidade de utilização da terra e do capital. O cálculo apresenta a situação econômica do agronegócio, envolvendo todos os gastos implícitos.

Quais são os fatores que interferem nos custos de produção agrícola?

Os defensivos e os fertilizantes podem passar por quedas em épocas em que não são muito aplicados nas lavouras. Então, trata-se do momento de repor estoques e economizar.

O aumento do diesel, por exemplo, pode elevar os custos de produção de grãos, já que o transporte é fundamental na logística do agronegócio. Na verdade, o combustível pode afetar diferentes culturas.

Por isso, elaborar o orçamento é muito importante. O conceito, basicamente, abrange uma lista de todas as receitas e de todos os custos estimados dentro de um determinado período (como um ano, uma safra etc.).

Como visto, o cálculo do custo de produção agrícola não é tão simples. É necessário compreender os diferentes gastos envolvidos para chegar a um resultado preciso. Contudo, a partir do COE, do COT e do CT, torna-se viável identificar todos os custos na atividade rural.

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