Quando se fala da escolha do gás ideal para pizzarias, sempre bate a dúvida: GLP ou gás natural? A diferença mais óbvia entre eles é a de que o gás natural é encanado e o GLP engarrafado em vasilhames, que também podem ser comercializados a granel. Mas qual deles é mais eficiente? E o mais limpo e seguro? Qual tem o melhor custo-benefício?
Muito se comenta sobre eles, mas nem tudo tem fundamento. Para te ajudar a identificar o que é verdadeiro ou falso*, comentamos as afirmações mais comuns sobre os dois gases. Quer ampliar seu conhecimento sobre o tema? Vale conferir!
“Os dois gases são iguais, só muda a forma de comercialização.” FALSO.
Os dois gases são diferentes quimicamente. O que é gás GLP? O GLP (Gás Liquefeito do Petróleo) é um composto de 4 hidrocarbonetos, principalmente o butano e o propano, contando com gases como o etano em menor escala. Já o GN (Gás Natural) é composto 90% por metano, com uma participação menor de gases como o butano e o propano.
O GLP, também conhecido por gás de cozinha, pode ser produzido tanto a partir da mistura de hidrocarbonetos líquidos em refinarias de petróleo quanto em Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). Ambos os gases não têm cor nem cheiro.
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“Por ficar exposto, o abrigo de gás GLP é muito mais perigoso que o gás natural encanado.”
FALSO.
Falando em tipos de gás, os dois gases se equivalem em termos de segurança. O GLP é mais pesado que o ar, o GN é mais leve. Em caso de vazamento em áreas externas, os dois se dissipam. Em áreas fechadas, o GLP se acumulará próximo ao solo e o gás natural subirá para o teto. Ambos são inflamáveis quando próximos de fontes de ignição como lâmpadas e motores de geladeira.
O que importa para a segurança são as normas de segurança de instalação e manutenção previstas pelo Corpo de Bombeiros e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas.
A norma internacional da National Fire Protection Association (EUA), consagrada há quase 1 século, prevê a distância mínima de 3 metros entre o cilindro de GLP e qualquer fonte de ignição (calor).
Transportado por um gasoduto subterrâneo direto da Bolívia, o gás natural encanado tem riscos de vazamento e explosão, muito embora não esteja armazenado de maneira visível.
“O GLP é mais caro que o Gás Natural encanado.”
FALSO.
Comercializado apenas por concessionárias estaduais e transportado pelo gasoduto Bolívia-Brasil, o gás natural tem tarifas que dependem deste monopólio, tornando o custo muito alto para pequenas empresas, e mais acessível somente em larga escala.
Além do mais, o gás natural é vendido a Kcal/m³, tendo a pressão e a temperatura como variantes e uma parcela de consumo mínimo mensal.
Já o GLP é vendido a Kcal/Kg e tem preços mais flexíveis: você só paga pelo que consome de gás GLP e só reabastece quando precisa.
Consulte a tabela da Agência Nacional do Petróleo para mais informações.
“A chama do Gás Natural é mais limpa e ele é mais eficiente.” FALSO.
Não há diferença entre as chamas, mas sim entre os queimadores de forno a gás para pizzaria. Também não há evidência sobre a maior potência entre eles. A medição deve ser realizada sempre a partir do PCI – Poder Calorífico Inferior. As medidas oficiais do GLP são 11.100 Kcal/Kg. Já as do GN são 8.800 Kcal/M³ a 20ºC e 1 atm. Dessa forma, pode-se dizer que o poder calorífico do GLP vence o desafio sobre o gás natural encanado!
“O Gás Natural não chega a todos os lugares, o GLP sim.” VERDADEIRO
Comparando os dois tipos de gás, pode-se dizer que a capilaridade do gás GLP é muito maior devido à facilidade de armazenamento em vasilhames e do transporte via caminhões que chegam a todas as cidades do Brasil. O gás natural encanado depende de investimento governamental e não está disponível em todos os logradouros das grandes cidades. É por isso que os botijões gás de cozinha são tão comuns. É muito mais democrático!
Além do mais, o abastecimento do gás natural está sempre sujeito a interrupções por conta de obras públicas e outros problemas. Já o GLP, o gás de cozinha, tem abastecimento sempre garantido.
“Os dois gases são mais limpos e ecológicos que a lenha.” VERDADEIRO (com vantagem para o GLP)
Os dois gases são muito menos poluentes que a lenha, o carvão e o diesel combustível, constituindo uma excelente alternativa energética de larga escala para um planeta mais limpo. No entanto, o gás natural é 90% composto por metano, um dos gases componentes do Efeito Estufa – estima-se que 1% do gás natural escape dos dutos e polua a atmosfera. Já o GLP não é composto por gases que colaboram para o Efeito Estufa.
*Com informações de Fernando Cörner da Costa, PhD em Energia, Engenheiro e Consultor da Krona.